quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Engenho Verde

O Engenho Verde está localizado entre as cidades de Bonito e Palmares, a 156 km de Recife. Construída em 1841 por Louis Léger Vauthier, o engenho foi habitado por usineiros e coronéis, além de personalidades da história, como o escritor e poeta Hermilo Borba Filho, que nasceu no casarão e viveu lá por muitos anos. Este acervo foi deixado e preservado até os últimos tempos, e era um casarão cheio de detalhes.

A Senzala, localizada abaixo da Casa Grande, apresenta três entradas para os escravos no século XIX. A maior com grade para os homens e a menor para mulheres e crianças.

Ao longo do tempo engenho verde passou por várias transformações, um exemplo é a sua escada que originalmente ficava em sua lateral. Algumas características originais foram preservadas como seu terraço em forma de U. Atualmente servia de pousada para os turistas que iam visitar a cidade de bonito.

DESTINO DO ENGENHO COM A BARRAGEM

Em dezembro de 2014, o Engenho Verde será inundado pela Barragem de Serro Azul. O velho casarão, representante da antiga economia açucareira da região, não pode mais ser visto nem mesmo no nível mais baixo do reservatório.

A barragem cobrirá o casarão inteiro, com suas colunas e platibandas decoradas, arcos, portas, janelas e piso de ladrilho. Mas não se pode esquecer que, junto com as paredes, também foi escondida uma parte da história dos pernambucanos.

O Engenho Verde foi um local de apoio da Revolução Praieira, ocorrida no Estado em 1848 a 1850, que foi a última manifestação popular contra os senhores de engenho e a monarquia, que tinha como principais objetivos a luta por liberdade de imprensa, voto comum, extinção do poder moderador e fim do monopólio comercial dos portugueses. Um dos líderes da revolução, Pedro Ivo, comandou uma frente de batalha nas matas do engenho no ano de 1849. Sem falar que o Engenho Verde também tem raízes culturais.

As primeiras referências do engenho, em cartório, foram de 1792. Porém, isso não significa que o engenho é uma construção do século XVIII, ele pode ser mais velho.

Até o começo do século XX, a área era vinculada à cidade de Bonito, mas após uma reformulação municipal, ela foi incorporada a Palmares.

Todas as etapas construtivas do engenho foram mapeadas pelo ITEP e pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco. A pesquisa foi feita no casarão e no terreno. Os arqueólogos procuraram por vestígios da fábrica (onde se produzia o açúcar), capela, senzala e povoado, já que o Engenho Verde foi um patrimônio histórico e teve que ser retirado peças importantes para a cultura e história do Estado.









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